A mudança na minha alimentação está
sendo lenta, mas eficiente. Tornar-me vegetariana foi o primeiro passo e
sequer foi por saúde. Só que, como vivemos em uma sociedade na qual jamais
questionamos o que comemos ou de onde vem nossa comida, uma mudança como cortar
a carne do cardápio pede adaptações, e precisei entender um pouco mais sobre os
grupos alimentares. Comecei a pensar no que colocava no prato e como a comida
afetava meu corpo. Desse ponto em diante, de tempos em tempos, uma mudança era
feita.Incluí mais frutas e verduras, comecei a fazer combinações inteligentes,
limitei o consumo de café a aumentei o consumo de chás, dimunuí a um nível
mínimo o açúcar cristal e a farinha de trigo branca (substituindo por melaço de
cana ou rapadura e farinha de trigo integral), parei de tomar refrigerantes,
troquei os óleos de cozinha por óleos saudáveis (como óleo de côco e ghee),
adaptei receitas fritas por cozidas em molho, no forno ou á vapor, incluí aveia
e grãos germinados à minha alimentação e diminuí drasticamente o consumo de
álcool. Ainda há muito o que ser feito e, aos poucos, vou realizando mudanças
as quais muita gente julga impossível e sinto a imensa melhora em minha saúde
todos os dias. Fiz todas essas alterações aos poucos. Nada da noite pro dia funciona, principalmente
quando se trata de comida. Simplesmente parar de comer chocolate vai te deixar
com uma vontade alucinada de comer chocolates e você não conseguirá pensar em
mais nada a não ser chocolate - e essa frustração vai te levar de volta com
força total para barras e mais barras de chocolate recheadas de culpa que nunca
terão sido tão gostosas. Mas se você evitar, se te der um dia da semana para
comer um pouco de chocolate, se buscar substituições mais saudáveis pra vontade
de doce, gradualmente o chocolate vai deixar de ocupar um papel tão essencial
na sua vida.
Comemos o que nos mandam comer.
Deixamos de fazer escolhas alimentares baseadas no que precisamos, no que faz
bem ao corpo, no que naturalmente previne e cura doenças. Deixamos nosso
paladar ser completamente alterado e adaptado às vontades do mercado. Não é à
toa que não gostamos de vegetais e frutas, sequer sentimos mais o gosto das
coisas naturais. Nosso paladar pede gostos cada vez mais fortes, cada vez mais
artificiais. Assim como um fumante que deixa os cigarros e volta a sentir
aromas e sabores os quais o corpo era incapacitado de sentir, o mesmo acontece
com os alimentos processados e com a carne. Após três meses como vegetariana,
comecei a perceber o verdadeiro sabor de frutas e verduras. Comecei a entender
suas particularidades e explorá-las. Um imenso leque de possibilidades se abriu
exatamente onde eu achava que morava a limitação. Por não buscarmos ir além do
óbvio, do que todo mundo come, do que é “normal”, nossa alimentação não
consegue seu papel essencial – nutrir o corpo, munindo-o do que é necessário
para manter seu bom funcionamento.
Diante da mera possibilidade de
parar de tomar refrigerante, muita gente se apavora. "É impossível",
"Eu jamais aguentaria", "Não consigo viver ser
refrigerante" são apenas algumas das frases que leio quando compartilho um
texto qualquer sobre como refrigerantes fazem mal à saúde. Criamos necessidades
fúteis e as transformamos em itens vitais. Como alguém pode dizer que não
viveria sem refrigerante? Em que ponto da nossa evolução nos deixamos tão facilmente
nos viciarmos por coisas que apenas prejudicam nossa saúde? Qual o preço que
pagamos por um prazer temporário e nocivo? Há quem diga que os refrigerantes
são difíceis de largar por estarem em quase todos os lugares. Eu também
acreditava nisso. Mas, depois que parei, os refrigerantes continuam ao meu
redor, mas eu sequer reparo. Se vou a uma festa e só tem refrigerante, não tomo
nada e não morro de sede pois primeiramente refrigerante não passa a sede,
apenas a aumenta e segundo que sobrevivemos alguns dias sem água, quanto mais
sem refrigerante. É difícil, sem dúvida, mas não é impossível. E reflita: se
você se julga incapaz de parar de tomar refrigerante, é hora de pensar na
dimensão de controle que você tem sobre si mesmo e o quanto do controle dos
seus desejos está nas mãos de outras pessoas que não você.
Queria ter essa força de vontade!!!! Daí não precisaria da cirurgia bariátrica!!!! Ana Lomonaco
ResponderExcluirDear Jamie,
ResponderExcluirDiferente de você, tornei-me vegana por orientação e com acompanhamento de uma médica fitoterapêutica. Esse processo bem simples de vi(ver) e de conscientização, 'salvou' minha vida. Dois anos depois decidi ser apenas vegetariana e viva a liberdade! Isso já faz tanto tempo - sete anos passados.
Mais um post gostoso de ler. Obrigada por compartilhar.
Abraço saudoso,
Josi