segunda-feira, 25 de março de 2013

Comemos realmente o que queremos comer ou o que nos mandam comer?





A mudança na minha alimentação está sendo lenta, mas eficiente. Tornar-me vegetariana foi o primeiro passo e sequer foi por saúde. Só que, como vivemos em uma sociedade na qual jamais questionamos o que comemos ou de onde vem nossa comida, uma mudança como cortar a carne do cardápio pede adaptações, e precisei entender um pouco mais sobre os grupos alimentares. Comecei a pensar no que colocava no prato e como a comida afetava meu corpo. Desse ponto em diante, de tempos em tempos, uma mudança era feita.Incluí mais frutas e verduras, comecei a fazer combinações inteligentes, limitei o consumo de café a aumentei o consumo de chás, dimunuí a um nível mínimo o açúcar cristal e a farinha de trigo branca (substituindo por melaço de cana ou rapadura e farinha de trigo integral), parei de tomar refrigerantes, troquei os óleos de cozinha por óleos saudáveis (como óleo de côco e ghee), adaptei receitas fritas por cozidas em molho, no forno ou á vapor, incluí aveia e grãos germinados à minha alimentação e diminuí drasticamente o consumo de álcool. Ainda há muito o que ser feito e, aos poucos, vou realizando mudanças as quais muita gente julga impossível e sinto a imensa melhora em minha saúde todos os dias. Fiz todas essas alterações aos poucos.  Nada da noite pro dia funciona, principalmente quando se trata de comida. Simplesmente parar de comer chocolate vai te deixar com uma vontade alucinada de comer chocolates e você não conseguirá pensar em mais nada a não ser chocolate - e essa frustração vai te levar de volta com força total para barras e mais barras de chocolate recheadas de culpa que nunca terão sido tão gostosas. Mas se você evitar, se te der um dia da semana para comer um pouco de chocolate, se buscar substituições mais saudáveis pra vontade de doce, gradualmente o chocolate vai deixar de ocupar um papel tão essencial na sua vida.


Comemos o que nos mandam comer. Deixamos de fazer escolhas alimentares baseadas no que precisamos, no que faz bem ao corpo, no que naturalmente previne e cura doenças. Deixamos nosso paladar ser completamente alterado e adaptado às vontades do mercado. Não é à toa que não gostamos de vegetais e frutas, sequer sentimos mais o gosto das coisas naturais. Nosso paladar pede gostos cada vez mais fortes, cada vez mais artificiais. Assim como um fumante que deixa os cigarros e volta a sentir aromas e sabores os quais o corpo era incapacitado de sentir, o mesmo acontece com os alimentos processados e com a carne. Após três meses como vegetariana, comecei a perceber o verdadeiro sabor de frutas e verduras. Comecei a entender suas particularidades e explorá-las. Um imenso leque de possibilidades se abriu exatamente onde eu achava que morava a limitação. Por não buscarmos ir além do óbvio, do que todo mundo come, do que é “normal”, nossa alimentação não consegue seu papel essencial – nutrir o corpo, munindo-o do que é necessário para manter seu bom funcionamento.



Diante da mera possibilidade de parar de tomar refrigerante, muita gente se apavora. "É impossível", "Eu jamais aguentaria", "Não consigo viver ser refrigerante" são apenas algumas das frases que leio quando compartilho um texto qualquer sobre como refrigerantes fazem mal à saúde. Criamos necessidades fúteis e as transformamos em itens vitais. Como alguém pode dizer que não viveria sem refrigerante? Em que ponto da nossa evolução nos deixamos tão facilmente nos viciarmos por coisas que apenas prejudicam nossa saúde? Qual o preço que pagamos por um prazer temporário e nocivo? Há quem diga que os refrigerantes são difíceis de largar por estarem em quase todos os lugares. Eu também acreditava nisso. Mas, depois que parei, os refrigerantes continuam ao meu redor, mas eu sequer reparo. Se vou a uma festa e só tem refrigerante, não tomo nada e não morro de sede pois primeiramente refrigerante não passa a sede, apenas a aumenta e segundo que sobrevivemos alguns dias sem água, quanto mais sem refrigerante. É difícil, sem dúvida, mas não é impossível. E reflita: se você se julga incapaz de parar de tomar refrigerante, é hora de pensar na dimensão de controle que você tem sobre si mesmo e o quanto do controle dos seus desejos está nas mãos de outras pessoas que não você.



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sobre como ficamos doentes segundo a Ayurveda


Venho estudando a Ayurveda há algum tempo e todos os dias me surpreendo um pouco mais com a diferença gritante entre esta ciência holística e a alopatia. Embora a alopatia seja imbatível no atendimento de urgências e emergências, ela deixa muito a desejar no aspecto da prevenção e cura definitiva de doenças, principalmente as crônicas. Muitos remédios alopáticos além de curarem apenas temporariamente o paciente (pois tratam a doença e não o paciente), ainda causam outras enfermidades devido aos efeitos colaterais dos processos químicos. Além disso, quem nunca ficou frustrado ao sair de uma consulta alopática rápida e superficial demais, com as mãos cheias de remédios e o bolso vazio?

Para a Ayurveda, a manifestação de doenças ocorre em seis estágios. Buscarei descrevê-los de forma bastante compreensível.

Para a Ayurveda, o segredo de uma vida saudável reside na digestão.
Shat Kriya Kal - Os seis estágios da manifestação de doenças

Sanchaya - O estágio da acumulação

O primeiro estágio do desenvolvimento de doenças é formação e acumulação de toxinas. Digamos que você  resolva jantar comidas de difícil digestão muito tempo depois do sol se pôr. Sem tempo e sem as ferramentas necessárias para digerir a comida àquela hora (já que o pico do poder digestivo é ao meio-dia), o corpo, ao invés de estar se purificando à noite, incomoda teu nome à noite inteira, fazendo com que você não consiga o tão necessário descanso. Ao acordar de manhã, você se sente pesado, letárgico e às vezes até nauseado. Não é para menos - a comida da noite passada não conseguiu ser digerida, ainda está lá no seu estômago literalmente apodrecendo e a náusea é a prova de que o corpo quer eliminá-la. Ao invés de jejuar durante a manhã para dar ao corpo o tempo que ele precisa para digerir aquela comida, empurramos mais alimentos para que o pobre estômago se vire para digerir, e ainda jogamos café e/ou alimentos gelados para piorar a situação. Mal-digerida e transformada em toxina, a comida vai para o intestino.

Prokopa - O estágio da agravação

Como não modificamos nossa deta e estilo de vida de forma a favorecer a digestão, continuamos a criar toxinas que vão se alojando nos intestinos. Ignoramos os gases, o inchaço, a náusea, quando não mascaramos tais sintomas com remédios alopáticos como anti-ácidos.

Prasura - O estágio da migração

O acúmulo de toxinas formadas pela comida mal-digerida no intestino se torna insuportável ao corpo e, ao processar os alimentos e retirar deles os nutrientes que serão espalhados pelo corpo, junto vão as toxinas. Nutrientes e toxinas são espalhados pelo corpo inteiro.

Sthana Samshraya - O estágio do aumento da doença

Ao achar um órgão com menos resistência, as toxinas se alojam. Ao se acumularem em uma área de baixa imunidade, as toxinas começam a prejudicar o funcionamento do órgão. Existem várias razões para a queda de imunidade de um órgão, entre elas influências congênitas, efeitos de dietas ruins, falta de exercícios físicos (principalmente aqueles que vão além do trabalho do músculo, tendo efeito nos órgãos internos, como a Yoga), efeitos de doenças anteriores, mudanças climáticas, poluentes químicos e radiação.

Vyakta - O estágio das manifestações sintomáticas

Nesse estágio, as toxinas que adoeceram os órgãos começam a mostrar seus efeitos. Todo o processo já citado torna o corpo incapaz de manter sua imunidade. É quando nos descobrimos doentes e vamos ao médico.
Bem longe de serem a solução.

Bheda - O estágio das complicações

Voltamos para casa repletos de remédios que  irão apenas mascarar os sintomas, ainda forçamos o corpo a lidar com os diversos efeitos colaterais de tais drogas os quais muitas vezes não possuem sintomas imediatos. A raiz do problema sequer foi diagnosticada. Quem pensaria que uma infecção urinária ou uma artrite têm origem na má-digestão de alimentos? Anos de alimentos má-digestão geraram tantas toxinas que o corpo depende dos medicamentos que cegamente consumimos para a manutenção de seu funcionamento. O corpo perdeu a habilidade de se auto-curar por não entendermos e nem respeitarmos seu funcionamento natural.



Como é possível concluir, somos os maiores responsáveis pela nossa saúde. Se conseguirmos modificar nossa alimentação e estilo de vida de forma a favorecer e não prejudicar a digestão, evitaremos o acúmulo de toxinas. Pequenas mudanças na rotina fazem toda a diferença como nos consumirmos alimentos facilmente digeriveis durante a manhã e principalmente durante a noite, deixando alimentos de difícil digestão para serem consumidos quando o corpo pode lidar com eles, ao meio dia. Evitar ao máximo o consumo de líquidos e frutas durante e depois das três refeições principais do dia evitam que a digestão seja prejudicada e, consequentemente, nos torna livres de doenças. 




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sobre meus 1 ano e 9 meses de vegetarianismo e a culpa da Índia


Ser vegetariano na Índia é só felicidade.


 É de se estranhar que eu tenha vindo para a Índia, o paraíso dos vegetarianos, e não tenha contribuído com um post qualquer para o blog. Foquei minha atenção ao outro blog, o Zevendim, no qual narro minhas aventuras no sub-continente. Peço perdão aos fiéis leitores e, humildemente, peço suas visitas, comentários e discussões de volta. Eis que o Queijo Não Sangra voltará a ser atualizado. Tenho plano de migrar os posts daqui para um outro blog que inclua minhas novas paixões: Yoga e terapias naturais. Assim que descobrir uma maneira viável de realizar a migração, avisarei a todos.

Comemoro 1 ano e 9 meses de vegetarianismo, dia 28 de Maio a comemoração será de dois anos. Muita coisa do meu corpo e na minha mente mudaram desde que percebi que havia passado um fim de semana inteiro sem comer nenhum tipo de carne e resolvi continuar assim. Boa parte dessas mudanças se deu pelo fato de ter me mudado para a Índia há 1 ano e meio. Não é à toa que chamam a Índia de "o paraíso dos vegetarianos".

O vegetarianismo da Índia é motivado pelos hindus, budistas e jainistas. Embora nem todo hindu seja vegetariano, a prática da não-violência (ahimsa) e a crença na reencarnação em qualquer ser vivo freiam o consumo de carne e muitas vezes até de leite e ovos. Para a Ayurveda, a medicina milenar da Índia, o consumo de carne não é beneficial ao corpo já que sua digestão é complicada e a ayurveda centra a saúde humana no aparelho digestivo. Os medicamentos da ayurveda são todos à base de plantas e raízes e não são testados em animais (diga-se de passagem, a ayurveda utiliza os mesmos medicamentos bastante eficientes há milênios, diferente da alopatia em que toda semana há um remédio novo e mais eficiente do que o anterior). Para a Yoga (desenvolvida pelo mesmo povo que desenvolveu a ayurveda, os Vedas) o consumo de carne dificulta a meditação e aumenta a propensão à raiva, à inquietação mental, pensamentos negativos e egoísmo. Os veganos são chamados de "pure veg". O interessante é que o vegetarianismo aqui vai até além do prato - chocolate, farinha de trigo, pasta de dente, shampoos, condicionadores, perfumes, remédios e uma infinidade de itens trazem em suas embalagens um símbolo. Se verde, o produto é completamente livre de qualquer item de origem animal e também não foi testado em animais. A presença do símbolo na embalagem dos alimentos é regida por lei e respeita o consumidor. Há uma infinidade de restaurantes exclusivamente vegetarianos. Além disso, todo restaurante possue uma área reservada do cardápio para pratos vegetarianos e , algumas vezes, até uma cozinha separada para o preparo desses pratos. Os utensílios da cozinha, da panela à colher, nunca foram usados para cozinhar carne. O respeito chega a esse nível.
Veg Thali, Em sentido horário: mix veg curry, coalhada, papad, salada fria, arroz, chappati e dal.


Então todo Indiano é vegetariano? Não, mas todos são bem menos onívoros que qualquer outro povo. Receitas vegetarianas são consumidas com maior frequência - em geral, um almoço non-veg acontece duas ou três vezes na semana. Além disso, como a refeição indiana é composta de vários itens, os itens onívoros são minoria. É senso comum que a comida vegetariana é mais saudável. Mesmo os muçulmanos, ávidos consumidores de carne vermelha, entendem e fazem uso da culinária vegetariana. Aqui não tem aquela história de perguntar para um vegetariano "então,o que é que você come?". Terra de especiarias, a Índia sabe como dar sabor aos vegetais mais desgostosos e possue pratos com itens comuns à nossa culinária, mas elaborados de forma completamente diferente.
Dosa...uma panqueca maravilhosa feita de arroz e lentinhas.  Acompanhando,  coconut chutnet,  aloo masala (batata) e sambhar.

Para mim, aprender sobre a culinária indiana foi um divisor de águas. Diminuí drasticamente o consumo de soja e tornei minha alimentação muito mais saudável. Produtos integrais custam o mesmo que os processados, como a farinha de trigo branca (maida) e a farinha integral (atta). É uma culinária que valoriza alimentos frescos, da estação, integrais, preparados na hora e de valor nutricional altíssimo. Até as especiaria,s utilizadas para dar um sabor e aroma irresistíveis possuem efeitos terapeuticos. Um bom exemplo disso é o turmeric (a tradução que achei foi "açafrão-da-terra)., que tem ação anti-inflamatória e antioxidante. Isso sem falar nos óleos utilizados nas receitas. Além dos inenarráveis benefícios do consumo de óleo de côco e de gergelim, a culinária indiana usa e abusa do ghee (manteiga clarificada, receita em breve), que não modifica suas propriedades mesmo em temperaturas elevadas e nutre o sistema nervoso, fortalece o fígado e os rins, equilibra a acidez gástrica, estimula o metabolismo, lubrifica articulações e ainda é uma delícia.

O sucesso das receitas vegetarianas é culpa das especiarias.


Nos próximos posts, detalharei minhas descobertas e compartilharei receitas que podem ser feitas com itens encontrados (ou produzidos facilmente) no Brasil. Espero contribuir para a saúde dos vegetarianos brasileiros e, porque não, dos onívoros também, afinal, diminuir o consumo de produtos de origem animal é perfeitamente possível para todos.











quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Guest post de Josi Short: Escolhas, simplicidade e equilíbrio


ESCOLHAS, SIMPLICIDADE E EQUILÍBRIO


Um pouquinho de lazanha, um bocadinho de feijoada, arroz e macarrão.  Uma colheradinha de farofa, pois brasileiro nenhum resiste.  Mais um tantinho de purê de batata e umas folhinhas de alface para decorar.  Para amenizar a consciência, uma lasquinha de peito de frango grelhado e um tiquinho de camarão ao molho de ervas.  Com o mega prato na bandeja, a senhorinha elegante pediu uma Coca gelada, seguiu impávida e feliz da vida em busca de uma mesa.
Ficção?  Que nada!  Verdade verdadeira.  Presenciei, horrorizada, a cena dantesca num restaurante self-service, na chic Aldeota dessa Fortaleza calorenta e caótica.
Escolhas, escolhas...  Difícil tarefa para quem está com fome e a oferta é generosa e variada.  Observadora da paisagem humana, eu me aflijo ou me deleito com o comportamento tresloucado dos famintos, especialmente em restaurantes do tipo self-service.  Em nossa cidade há espaços gourmet deliciosos, bem decorados, profusão de pratos para todos – onívoros e vegetarianos também.  Sempre cheios, caros e lotados de gente, com ou sem pressa, a fazer ... escolhas.  Poucos são os que conseguem seguir a razão, buscar a simplicidade e o equilíbrio. Parece até que o cérebro, diante de tantas opções, fica obtuso.   
Percebo, também, que muitos vegetarianos ainda não se conscientizaram da necessidade de criar combinações e fazer escolhas de pratos bem equilibrados.  Já vi pratos gigantescos e combinações grotescas.
A decisão de se adotar o vegetarianismo vai além de modismo ou de uma alimentação isenta de carne.  Ser vegetariano é um caminho de vida, um estilo de se viver que implica em escolhas conscientes e mudanças profundas.  Mas esse não é o tema do guest post.  Meu objetivo é contribuir para que os leitores do ‘Queijo não Sangra’ sejam ainda mais conscientes em suas escolhas e nas combinações alimentares a fim de se beneficiarem com uma dieta equilibrada e saudável.  Gostaria de enfatizar que o texto a seguir se baseia em leituras sobre o tema, aconselhamento de minha médica fito-terapeuta e o viver vegetariano há quatro anos.  Para quem deseja mudar de dieta ou quem já segue o vegetarianismo, sugiro que se busque orientação, informação, aconselhamento médico. 
1.    Uma alimentação equilibrada é essencial todos os dias para manter o equilíbrio das funções orgânicas. Precisamos de proteínas, carboidratos, sais minerais, vitaminas e lipídios.  Traduzindo, para se formar um prato equilibrado, necessitamos no mínimo, de um dos cereais, um dos feijões, uma das sementes, um dos legumes, uma das raízes e folhas verdes. 
Os alimentos vegetais são divididos em sete grupos, de acordo com suas características, propriedades e valores nutricionais:
a)    CEREAIS: arroz, aveia, trigo, milho, cevada, quinua, centeio, ...
b)    LEGUMES: abobrinha, abóbora, brócolis, berinjela, chuchu,  vagem, couve-flor, pepino, ...
c)    LEGUMINOSAS (feijões): preto, fradinho, lentilha, ervilha, soja, grão-de-bico, ...
d)    RAÍZES: batata-doce, beterraba, cenoura, cará, inhame, nabo, macaxeira, rabanete, ...
e)    SEMENTES E OLEAGINOSAS; castanhas, avelã, nozes, gergelim, girassol, linhaça, amêndoas, abacate, coco, ...
f)     VEGETAIS (todas as folhas verdes comestíveis): acelga, alface, rúcula, agrião, repolho, espinafre, ...
g)    FRUTAS.

2.    Há alimentos que não combinam.  Quando a minha médica disse que meus problemas de saúde residiam, principalmente, na combinação não favorável dos alimentos, a ‘ficha caiu’.  Absolutamente verdade!  Inicialmente, deve-se evitar uma grande variedade de alimentos na mesma refeição.  Nosso fígado agradece!  Frutas e leguminosas (feijões) não se dão bem.  Frutas ácidas + leite ou frutas ácidas + frutas doces são combinações não favoráveis.  Frutas e hortaliças causam fermentação.

3.    Há combinações harmônicas dos alimentos.  Por exemplo: cereais + legumes + verduras e oleaginosos. Verduras + legumes + oleaginosos (sementes).  Proteínas + verduras + hortaliças e cereais.  Frutas ácidas com frutas ácidas; frutas doces com frutas doces. 

4.    É importante verificar a combinação das frutas para evitar a fermentação e a dificuldade digestiva. Aprendi com a minha médica que melancia e melão não combinam entre si, nem com outra fruta ou alimento.  Frutas doces combinam com frutas semi-ácidas e frutas doces entre si.  Frutas ácidas combinam somente com frutas ácidas.
·     Frutas ácidas: abacaxi,, laranja, limão, tangerina, acerola, morango, maracujá. 
·        Frutas semi-ácidas: ameixa, goiaba, maçã, pêra, uva, manga.
·        Frutas doces: mamão, banana, laranja lima.

5.    Reduza ou evite a quantidade de gordura saturada na alimentação.  Prefira assar ou cozinhar os alimentos no vapor. Frituras devem ser evitadas. 

6.    Adote produtos integrais e aumente a ingestão de fibras.

7.    Ingira alimentos crus diariamente pois os mesmos são alimentos vivos que geram vitalidade, limpam e renovam o sangue.

8.    Diminua o consumo de açúcar e doces em geral.  Use melado ou açúcar mascavo e tente abolir o açúcar branco que é carregado de produtos químicos. 
Para finalizar, é sempre bom lembrar que o alimento é uma dádiva.  Ele deve ser preparado e ingerido com respeito, tranqüilidade e alegria. As diversas texturas, cores e sabores combinados harmonicamente, geram o equilíbrio do corpo e da mente.  Sinta prazer ao comer.  Bom apetite!
PS.: Agradeço aos ensinamentos da Dra. Fátima Uchôa e da autora Maria Laura Garcia Packer, cujo livro ‘Vegetarianismo: sustentando a vida’, foi e é incentivo e inspiração.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Férias



Não reparem a falta de posts essa semana. A blogueira que vos fala está de férias nos cafundós da Paraíba :)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Tem alguma coisa sem carne?" ou onde comer fora de casa

Às compras!


A: Tem alguma coisa sem carne ?
B: Temos sim, o sanduíche misto.
A: Mas tem presunto no sanduíche misto. Eu quero algo completamente sem carne.
B: Mas presunto não é carne. É presunto de peru.
A: E peru é uma folha, minha senhora?



Aproveitando o tempinho que o guest post da Yvanna me deu (obrigada pelo texto, Yvanna!), andei fazendo algumas pesquisas para um post o qual quero desenvolver há um certo tempo. Pensei em fazer uma espécie de guia do que comer e onde comer quando é necessário alimentar-se fora de casa. No post anterior, falei sobre minha falta de vontade de comer fora de casa, mas às vezes é necessário. Então, para você que está, como eu, começando nessa vida de vegetariana ou para você que acha que ser vegetariano é passar fome, aqui vão algumas dicas e curiosidades no mínimo interessantes (e às vezes até indignantes!).

Embora não more mais por lá, é no Benfica que minha vida acaba funcionando. E em um bairro de universitários, era de se imaginar que um vegetariano tivesse uma vida um pouco mais feliz, mas não é verdade. Ainda há um tantão de falta de informação por parte das pessoas que vendem alimentos. Parte dessa falta de informação, na minha opinião, é culpa dos próprios vegetarianos. Com vergonha, medo ou até de saco cheio das piadinhas que sempre surgem quando alguém diz ser vegetariano, raramente o vegetariano pede um alimento específico para sua dieta. A pergunta é sempre: "tem algo só de queijo?" ou "isso aqui tem presunto?" Com perguntas assim, o comerciante jamais vai achar que existe a demanda que justifique a produção de alimentos vegetarianos....e assim, vamos todos ficar azuis de comer salgados e sanduíches de queijo. Longe de querer ser chata, eu venho adquirindo uma outra postura. Não é vergonhoso ser vegetariano e se as pessoas não vão entender quando eu perguntar "há alguma refeição vegetariana?" e eu vou soar esnobe, não tem problema: tenho 25 anos, sou professora e me sobra paciência para explicar para algum desavisado o que um vegetariano come ou não. Nem que eu produza folhetos explicativos sobre o vegetarianismo e distribua todas as vezes em que eu for comer fora. Talvez eu ainda tenha essa paciência por estar no comecinho, mas espero conseguir manter essa postura.Vem dando certo até então. Vejamos o caso do Café Vitrola.

Essa semana fui ao lindinho Café Vitrola, que fica sobre a Livraria Lua Nova, vizinho ao Shopping Benfica e utiliza o cardápio dos cafés Santa Clara espalhados pela cidade. Há pouquíssimas opções sem carne, mas o nome "Empada de Palmito" me fez salivar de emoção. Quando a empada (linda, por sinal) veio, foi o Val que percebeu a presença no mínimo estranha de...FRANGO? Isso mesmo, frango. Prontamente as empadas foram levadas embora e pude substituir o pedido pois havia frango não informado no cardápio e como vegetarianos, não comeríamos. O garçom pediu desculpas e informou que o fornecedor das empadas havia mudado e que eles iam reclamar ao mesmo. A única outra coisa sem carne era um quiche de ricota com espinafre e foi assim que mascamos uma espécie de plástico de gosto bem desagradável em substituição a linda mas fingida empada. A experiência não foi boa, mas em algum dias voltei ao Café Vitrola e tão logo cheguei, fui informada que a empada de palmito ainda continha frango, mas que eles estavam tomando providências e gentilmente a garçonete me mostrou outras opções no cardápio, além de adaptações possíveis. Eu sequer disse nada ao chegar lá e a informação me foi dada assim, educadamente, o que me fez, mesmo sem fome, devorar o Supremo, um sanduíche que contém presunto mas que foi substituído por muito, muito queijo. Saí satisfeita e ela também - ela sabe que ganhou uma cliente fiel e que há um público vegetariano que frequenta o café. Se eu tivesse catado o frango da empada ou dado a empada para minha mãe comer, eu nunca teria impactado positivamente daquele local. Há quem vá dizer:"ótimo, você ficou como a chata que não come carne". Mas eu prefiro isso a me surpreender com um pedaço de carne em uma refeição que não deveria contê-la.

Mudança parecida aconteceu nas lanchonetes do Centro de Humanidades da UECE, o velho CH. Duas das cantinas, a do Frank e a da tia da ponta direita (esqueci o nome dela D:), já comercializam (em uma frequência meio torta) salgados com soja e com ricota. Isso porque apareceu quem pedisse. O restaurante universitário da UFC possui sempre uma opção vegetariana e acredite, muitos onívoros optam por ela. No restaurante universitário da UECE, ainda há uma luta pela opção vegetariana. Não sei em que pé a discussão está já que a comunidade do orkut destinada à divulgação anda bem desatualizada. Mas é questão de tempo.

A coisa vem mudando, mas ainda há muitas armadilhas. Se o almoço se der no Shopping Benfica, as opções aumentam em número, mas não em qualidade. O Kalzone comercializa cinco kalzones vegetarianos: o de brócolis, o Jeri (com ricota e espinafre), o Marguerita, o Quatro Queijos e o Palmito. Todos deliciosos e alguns deles com massa integral. O McDonalds no Brasil ensaiou um sanduíche chamado Veggie Crispy, mas rapidamente foi descoberto que o sanduíche continha frango em seu molho (veja neste artigo) e foi processado por grupos vegetarianos por propaganda enganosa. O lanchonete Real Sucos possui um sanduíche de ricota com berinjela refogada, mas, conforme o garçom me informou, não é um sanduíche pronto, é uma adaptação possível a um dos sanduíches naturais deles. Pelo Bob's você passa direto. E vai direto ao Subway. Mas o Subway merece um parágrafo à parte.

Há lugares que você pensa que entendem um vegetariano. É grande e retumbante o nome "Vegetariano" no cardápio, mas é uma decepção só. O subway Vegetariano de 15 cm custa R$ 9,50 e é pão, queijo e salada. Os mesmos pão, queijo e salada de qualquer outro sanduíche, só que sem a carne. A quantidade de queijo não muda. Tomate seco continua sendo adicional. Sequer mais salada vem no sanduíche. Daí a gente analisa o sanduíche de frango promocional, que custa R$ 5,50. Ele é a mesma coisa que o Vegetariano, só que com uma fatia de peito de frango. Um preço bem menor por um produto igual. Na época que percebemos tal absurdo, eu ainda não era vegetariana e fui com o Val até o Subway perto daqui de casa fazer o teste. E se pedíssemos o sanduíche de Frango só que sem frango? Subway lotado, atendentes fazendo sanduíche em série (cada um cuidando de uma das fases), Val faz o pedido sem o Frango. A atendente fica confusa e diz que sem o frango o sanduíche ficaria registrado como Vegetariano, mais caro. Val pede que o frango seja colocado no outro sanduíche, no caso, o meu. A atendente o faz, mas ainda confusa e com medo. A vontade dele era de  pedir o pedaço de frango em um guardanapo e jogá-lo prontamente no lixo, mas é comida. Não é porque não faz parte da sua dieta que você deve estragá-la assim. A história toda serviu para provar que é o mesmo sanduíche, só que mais caro. Como pode um sanduíche SEM um dos ingredientes mais caros ser mais mais caro que um sanduíche COM o mesmo ingrediente? Caso o Subway quissesse mesmo fazer mesmo um sanduíche vegetariano, seria com ingredientes vegetarianos como soja, palmito, milho ou ainda pelo menos mais dos ingredientes que o Vegetariano já possui. Comida vegetariana não é só sem carne: é sem a carne, mas com ingredientes que a deixe gostosa e nutritiva.

Tantos vegetais...mas tão poucas opções para vegetarianos

Ainda no Shopping, falemos dos restaurantes de comida à quilo. A coisa não é melhor por lá. Nem se você quiser vestir a camisa do estereótipo vegetariano de só comer folha, você será feliz. 70% das saladas contêm presunto, frango defumado ou bacon(?). Você come tudo com medo, já que não há garantia nenhuma de que caldos de carne ou frango tenham temperado o arroz escolhido. Há poucas opções além de comidas com batatas. E os vegetarianos que lá vão comem calados, catando ou eventualmente comendo sem querer um pedaço de presunto perdido em uma salada de maionese.

Mas nem tudo é tristeza e sofrimento para um vegetariano tentando se alimentar pelo Benfica. Fui informada que há uma marmitaria vegetariana nas proximidades da faculdade de Economia, na Avenida da Universidade. Há também o ma-ra-vi-lho-so Verde Lima, um restaurante orgânico no Bairro de Fátima com opções vegetarianas (foi lá que Val e eu comemoramos 9 meses de namoro o/ S2). Mesmo sendo caro, não deixa de ser uma opção. Lembrando: ter opção não é retirar a carne dos restaurantes, mas ter opções para quem não quer comê-la. No próprio Verde Lima há pratos com frango e peixe, mas eles são bem descritos e come quem quer.

Lanço o apelo aos vegetarianos que lerem esse post: assumam-se vegetarianos. Não tenham vergonha de parecerem militantes ou causadores de confusão por solicitarem ao comércio a produção de alimentos que se adequem ao seu estilo de vida. Você não é um monstro (no máximo um little monster:D) por não comer carne, você é um consumidor que gostaria de pagar um preço justo e de ter opções para se alimentar da forma que você escolheu. Esse não é um apelo só meu, mas mundial, como bem descreve esse manifesto do site Conduta Vegetariana.

E no resto da cidade, quais as opções que você conhece? Você já pensou sobre opções vegetarianas nos locais os quais você frequenta? 

Por hoje é só, dêem uma olhada na página de receitas ao lado direito do blog. Hoje postarei a receita maravilhosa da Lasanha de Beringela, indicada pela Yvanna mas com sérias adaptações.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Guest Post de Yvanna Guimarães: Sobre vegetarianos, agrotóxicos e alimentos orgânicos





Quando vi a iniciativa da Jamie de começar um blog sobre a experiência de adaptação ao vegetarianismo, pensei: Nossa, que interessante! Acho que eu não havia visto alguém escrever sobre isso. Acompanho desde o primeiro post, e, como já falei a ela, esses insights eu tive depois de muito tempo vegetariana.
Venho aqui, nesse guest post, falar pra vocês dos meus últimos insights. Ou vocês pensam que acaba? Sou vegetariana há quase seis anos e não parei de refletir sobre meus hábitos. Esse último estalo eu tive durante uma viagem que fiz ao Rio de Janeiro em Julho de 2010. Estava visitando um amigo mato-grossense (Luís). Ao cozinharmos o almoço, percebi os avisos no arroz, os adesivos no tomate: “orgânico”. Aí eu me questionei: ok, sou vegetariana, mas pra quê raios mais uma preocupação? Cheguei mesmo a pensar isso.


Bem, o Luís já havia me contado como empresas grandes desapropriam famílias no Norte para tomar as terras para cultivo (este, diga-se de passagem, abusivo e cheio de agrotóxicos). Nós sabemos que decepam áreas enormes da Amazônia para o plantio de soja que vai direto alimentar o gado de abate. Mas essa outra parte da história eu não sabia.
Ele me indicou um documentário: “O mundo segundo a Monsanto” (Le monde selon Monsanto, no original). Eu assisti essa semana, embora já tivesse pesquisado bastante sobre o assunto. É assustador.
A Monsanto é uma empresa que foi fundada em Saint Louis, Missouri, em 1901, por John Francis Queeny, um farmacêutico de trinta anos. Hm... Farmacêutico. Ele quis produzir herbicidas para o mundo todo, e conseguiu. Em 1920, a Monsanto já estava na Europa e outros países.

Bem, essa multinacional é bastante controversa, e o documentário trata, principalmente, sobre a influência da Monsanto nos EUA. A MON, com o aval do governo dos EUA, burlou várias leis de proteção à saúde e ao meio-ambiente com seus agrotóxicos. Poluiu rios e lençóis freáticos em Missouri. É chocante ver um senhor de idade dando um depoimento, dizendo que seu irmão morreu aos 16 anos, com câncer. Como, me digam COMO, um jovem de 16 anos morre de câncer no interior?  Contaminação dos lençóis freáticos. A Monsanto nem ao menos avisou aos moradores das intervenções nos rios. E o que o governo fez? Nada. Tudo em nome da Economia, do lucro.
A partir dos anos 70, a Monsanto começa a desenvolver biotecnologia, os famosos transgênicos. Nos EUA, ninguém foi informado sobre a procedência do alimento. Ninguém votou em nada. Por muito tempo, os transgênicos foram considerados iguais aos alimentos naturais. Como assim!?
Ok, é muita informação, mas vou colocar aqui as que mais me chocaram, além de todas as doenças que as pessoas desenvolveram com os agrotóxicos. Os trabalhadores da Monsanto desenvolveram uma doença de pele (creio que a época foi 1945) que os médicos não conheciam, muito bizarra. A Monsanto, com intuito de aumentar o seu mercado, quase empurrou goela abaixo os transgênicos no México. Para quem não sabe, o milho nasceu no México, é originário de lá. Eu não sabia, mas o milho exala um pólen. Sabem o que a Monsanto fez? Plantou milhos perto da região interiorana e só esperou até que os polens dos milhos comuns se cruzassem com os milhos transgênicos. E então acusaram os mexicanos de não pagar a patente dos transgênicos. Lindo, né?
Então, vocês pensam: e eu com isso? Isso tá tão longe da minha realidade... Aí é que vocês se enganam. Existe outra multinacional tomando conta do nordeste daqui, no nosso Brasilzinho. O nome dessa empresa é Del Monte. Ela, desde 2005, tem prejudicado os moradores de Limoeiro do Norte com seus agrotóxicos. Mais especificamente na Chapada do Apodi. São aviões despejando agrotóxicos, sem se importar com quem está lá embaixo. Sem se importar com a contaminação de lençóis freáticos. Sem se importar com a saúde dos próprios empregados. Nem eles têm coragem de comer as bananas oferecidas no almoço. Houve um ativista, morador de Limoeiro, José Maria. Ele mobilizava a população local contra a empresa, inclusive os próprios empregados. Sabe como ele acabou? Assassinado. A polícia sequer periciou o corpo dele. Nos registros, somente consta que ele morreu (JURA?)... isso é, no mínimo, assustador e revoltante.
Como já discorri muito sobre o assunto, deixo aqui alguns links para que vocês possam ler vocês mesmos, sobre o assunto:

Quando soube de tudo isso, me senti esmagada como uma formiguinha tanto pelo governo, que só se importa com Economia, quanto pelas multinacionais, que não nos dão poder de escolha sobre os nossos próprios alimentos.
Após toda essa discussão e exposição de fatos escabrosos e assustadores, pensei em alternativas. O que posso fazer aqui, Fortaleza-CE? Exponho aqui as minhas sugestões:

1.       O Portal do Orgânico (www.portaldoorganico.com.br). Funciona como uma espécie de mercadinho:  suas frutas, verduras, grãos vem da região serrana. É tudo orgânico e provém de agricultura familiar. Não é lindo? Além disso, eles também têm outros produtos, como arroz, geléia, e produtos de limpeza que não agridem o meio-ambiente. Moro sozinha. Eu já fiz compras lá três vezes, e tomei a liberdade de postar os preços de algumas coisas:
- 1kg de pimentão: R$4,89 (eu comprei 300g pra mim, que moro só, R$1,67).
- 1kg de cenoura: R$3,29 (eu comprei 180g, R$0,59)
- 1kg de milho verde (este, TENSÍSSIMO, pois praticamente só existem transgênicos): R$4 (eu comprei 300g, R$1,20)
- 1kg de chuchu: R$2,19 (comprei 572g, R$1,25)
-1 alho-poró: R$1,03
-repolho roxo: R$1,13
-couve-flor: R$0,93 (160 gramas)
-espinafre: R$1,40 o maço
-rúcula: R$1,40 o maço
-tomate: R$6 o quilo
-berinjela: R$2,99 o quilo
-soja orgânica (feijão), 500g: R$2,99
-feijão verde 500g: R$2,85
-feijão vermelho 500g: R$3,96
-cebolinha/coentro 1 maço: R$0,99
-banana: 2,29 o quilo

Acho que dá pra perceber que o preço não é abusivo como esperado. Eles recebem frutas e verduras novas todas as terças e sextas.

2.       A ADAO. Não sei bem como funciona, mas creio que você precise se afiliar e pagar uma taxa mensal apenas.
3.       Além disso, para evitar o abuso de agrotóxicos, vocês podem evitar comprar em grandes redes de supermercados e comprar em mercadinhos. Pelo menos é mais perto. Só se certifiquem que eles não vêm de Limoeiro do Norte.
4.       Para óleo, evitem usar o de soja. Com certeza é transgênico. O de milho também. O de girassol é uma segurança. É mais caro, mas é mais seguro para a sua saúde.
5.       5. Para açúcar orgânico, a média de preço do quilo é R$5. Não sei se vocês sabem, mas escravidão ainda existe (empresa pega qualquer trabalhador desempregado no interior morrendo de fome com a seca e promete abrigo, roupas e outras coisas, o resto vocês já entenderam...) e, principalmente, em engenhos.

As pessoas não dão importância aos alimentos, “pode ser qualquer um”. Saúde nunca é à curto prazo. Por isso ninguém investe na própria alimentação. Todos nós queremos resultados imediatos. Emagrecer logo. Melhorar nossa aparência logo. Ficar curado logo. Com saúde, não é assim que funciona, mesmo com toda essa indústria farmacêutica que está sempre pronta a remediar a qualquer custo. Inclusive, acho complicado às vezes conviver com meu colega de apartamento. Ele não se importa muito com os orgânicos, pelo menos não no que diz a saúde. Acha caro demais e não vê necessidade. Apenas respeita meu posicionamento (ainda bem). Não, infelizmente não conseguimos ver os venenos escondidos na comida. Mas, daqui a uns 20 anos, vamos conseguir enxergar e sentir bem direitinho as conseqüências das nossas escolhas hoje.

Link para baixar o documentário O mundo segundo a Monsanto: http://docverdade.blogspot.com/2009/03/o-mundo-segundo-monsanto-le-monde-selon.html